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Fale, eu o escuto

“A única regra fundamental da psicanálise é dizer para o analisante: fale, eu o escuto, só isso! Isso não tem nada a ver com a psicoterapia que vai definir os alvos, os objetivos e as temáticas. Esse fato de pré-definir com o que vamos trabalhar, isso é exatamente o contrário da regra fundamental clínica e técnica da psicanálise. É fundamental porque vai aos fundamentos, é o início de tudo; fale. Fale besteiras, fale de maneira a-crítica. ⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀ ⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀

(...) O que é isso de dizer, de uma pessoa para outra, fale e fale besteiras? É incrível, absurdo. Durante o tempo todo procuramos ser inteligentes, dizer coisas com sentido, para que o outro diga "ah! este sujeito fala muito bem, tem fundamentos, diz coisas lógicas, podemos pegar o fio da meada, não é um louco." O convite expresso com o "fale, que o escuto" é exatamente esse: o contrário de todos os laços sociais, o contrário das maneiras discursivas conhecidas até a psicanálise. Nesse sentido, Lacan diz: Freud inaugura um modo inédito de relacionamento entre humanos; é absolutamente novo esse ponto. ⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀

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Tem uma especificidade e uma singularidade que nenhuma psicoterapia tem, e por isso, -são área distintas-. Na psicanálise não é uma fala comunicativa, mas uma fala que procura escutar os pontos onde se quebra: nas vacilações, nas dúvidas, nos erros, nos atos-falhos. É uma outra maneira de escutar, que não tem nada a ver com uma linguagem comunicativa." ⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀

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Roberto Harari: Psicanalista: O que é isso?, p. 164


Compartilho esse fragmento de um dos livros que norteiam algumas questões para mim.


Até,

Thyene



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